quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

SEPTCEMIA ORGANIZACIONAL



Quem fez curso de graduação, pós-graduação, mestrado ou doutorado em administração de empresas ou mesmo quem fez algum curso técnico em administração ou até alguns cursos rápidos voltados para administração sabe ou deve ter ouvido dos professores analogias entre situações que ocorrem nas empresas e fenômenos científicos, seja da área biológica, da área de métodos quantitativos e também da área de comportamento, inclusos aspectos da psicologia de comportamento e até da psiquiatria.

Quem fez um bom curso de administração de empresas, longe de sair um especialista em Recursos Humanos, Produção ou Materiais, para citar algumas “especialidades”, sai, de fato, um especialista em generalidades. E digo isso sem querer debochar da profissão, muito pelo contrário. Quem é bom mesmo naquilo que faz, não faz somente aquilo. Fica bom em qualquer coisa que faz.

Uma das coisas que se aprende nessa área de comportamento é justamente a diagnose do que se costuma chamar “do lobo”, ou seja, do elemento que não é proativo e coloca seus interesses próprios, muitas vezes mesquinhos, acima dos interesses da organização a que pertence.

Para o “lobo”, vale tudo: - rastrear como se um auditor fosse, as eventuais falhas administrativas de seus colegas, só que, com objetivos escusos de usá-las para a derrubada de seus próprios colegas, que, em sua visão obscura são meras "barreiras" de sua própria ascensão.

O infeliz, em vez de mostrar-se proativo, pelo contrário, potencializa o erro do sistema e principalmente do colega transformando-se no “lobo” organizacional.

Em vez de defender a organização a que pertence suprimindo a falha, prefere enxergar nela a sua oportunidade e não pensa duas vezes antes de impor impiedosa exposição de seu “adversário” mesmo à custa de fazer ruir a imagem da própria organização.

O "lobo" tenta demolir a credibilidade do colega, do superior hierárquico, quando ambiciona seu cargo, criando artificialmente o clima que considera sua própria “oportunidade”, promovendo ações arriscadas, corrompidas e perigosas.

A disputa política costuma brindar a todos com esse tipo de postura. É “lobo” entre aspas (com distúrbios psico-emocionais ou psico-neuróticos, ou psico-sociais ou todos juntos, tentando “devorar” dirigentes de governos que, se não tiverem boa retaguarda acabam sucumbindo.

É claro que a situação pode acontecer inversamente. Existem chefes não tão santos, ou seja, “lobos” que viraram chefes e nem por isso deixaram de ser "lobos" e que tentam anular subordinados, tentam corrompê-los quando os massacram.

E porquê uso o termo lobo entre aspas? Ora, paradoxalmente, se existem animais unidos, esses, por certo são os lobos. Os propriamente ditos.

Lobos sabem repartir as oportunidades e, sobretudo, sabem respeitar os limites de suas ações e diante da liderança da matilha. Pelo menos é assim depois que a disputa pela liderança termina e consagrada o líder.

O lobo que infringir tal tradição nas matilhas é expulso e os demais "endoçam" o expurgo pois sabem que lobos dependem uns dos outros para que seus objetivos de sobrevivência sejam alcançados.

O neoliberalismo em que estamos metidos criou um conflito teórico, um verdadeiro nó na cabeça de quem se dedica e pratica administração em organizações. Esse nó é exatamente a imposição que o pensamento neoliberal enseja e induz à prática de ações espúrias, na base da "Lei do Gerson".

Fico imaginando: - no caso do cigarro, que vantagem seria essa?
Enfisema pulmonar ou câncer no pulmão?...

Do ponto de vista biológico a septcemia é uma infecção que ocorre no sangue causado pela proliferação de bactérias e toxinas conhecida também como sangue envenenado. Essa infecção danifica os tecidos do organismo e diminui a pressão arterial ocasionando consequentemente no fechamento de veias interferindo e obstruindo a circulação sanguínea.

Os pulmões, os rins e o coração são os órgãos que estão diretamente afetados. A septicemia pode levar à infecção metastática se não tratada imediatamente fazendo com que haja o acúmulo excessivo de pus no organismo. O tratamento deve ser mediato, pois o risco de morte é considerável.

Nesses casos, o remédio é, portanto tomar antibióticos para eliminar as bactérias e fazer exames a fim de detectar o tipo da bactéria e de que órgão partiu a infecção. Os sintomas mais comuns são: febre alta, calafrios, respiração rápida, batimentos cardíacos acelerados, mal-estar, diminuição da temperatura corporal, queda de pressão arterial, confusão mental e feridas na pele.

Se você é chefe, administrador de alguma entidade e está com esse monte de sintomas é melhor então identificar se não há um “lobo” que lhe aflige. Se houver, abra o olho. Uma carta de advertência é o mínimo que deve fazer para ele. Uma demissão, uma exclusão, uma exoneração, seja lá qual for o jargão usado na organização ou entidade, vai solucionar seu problema e pode até beneficiar o “lobo”, pois, um pé-na-bunda, se bem dado, normalmente remete o indivíduo para a frente e para cima, com boas chances, de fazê-lo redimir-se de suas atitudes passadas.

Omitir-se, não significa outra coisa, senão conviver com o conjunto de sintomas já mencionados ao custo de uma péssima qualidade de vida sem falar no risco de uma sepcemia na organização.

E por quê escrevo um artigo assim, pesado, contundente? Isso não vai "assustar" jovens que "adentram" no mundo do trabalho?

Não. não vai. Assustador mesmo será para eles não saber que existem "lobos" nas organizações e se deparar com um sem nem imaginar como identificá-lo ou o que fazer depois disso.
Como lidar na prática com "lobos" depois de muitas teorias e muitas analogias nas faculdades, nos pós-graduações, nos MBAs , nos mestrados nos doutorados? Como lidar com eles, principalmente aqueles, mais humildes, oriundos de cursos técnicos que geralmente enfatizam a necessidade de que sejam criativos, proativos, inventivos? É até para esses que escrevo sobre os "lobos". Eles existem!

Escrevo para que não imaginem que lhes bastará sua própria competência, sua criatividade, sua proatividade, sua inventividade para terem nas organizações um porto seguro de reciprocidade e respeitabilidade. Os "lobos" existem!
Escrevo para que não imaginem que bastará se classificar em primeiro lugar num processo seletivo que terão a respeitabilidade de seus chefes, seus colegas de seus subordinados. Os "lobos" existem e, de quebra, terão de "matar um leão" por dia caso queiram ter sucesso no trabalho, pois, os "lobos" existem!

Mas esse artigo é também para dar boas vindas ao campo de batalha. É um alerta para o futuro, para "tirar da cabeça" dos jovens e, se possível, de seu DNA, o "genoma" neoliberal, do capitalismo selvagem, essa merda que infesta o mundo e desagrega sociedades e países.

E, sobretudo, para desejar que saibam identificar os "lobos", as "lobas" e ainda aqueles que não se sabe ao certo se são "lobos" ou "lobas" mas que têm ambições prá lá de perniciosas dentro das organizações!

Sabendo das coisas, tendo competência e ficando esperto, dá para se safar bem trabalhando em organizações.

Ainda assim vocês não querem trabalhar?

Então, que sejam bem-vindos à luta. Podem ter certeza que valerá a pena!

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